Wednesday, August 25, 2010

Perguntas idiotas

Quando começámos a divulgar a familiares e amigos mais próximos que tinhamos decidido voltar às origens, o sentimento foi de alegria e entusiasmo. Claro que o seu receio, devido à situação económica do país, era muito, mas apoiaram-nos e deram-nos força.
Mas também ouvimos reacções menos positivas do género "o que vão para lá fazer?"
Ora, o que se faz para ganhar dinheiro? Não é trabalhar?
O certo, é que poucos dias após ter chegado a Portugal eu já tinha uma proposta de emprego. Fui à entrevista e posteriormente seleccionada.
... E vou fazer o que sempre sonhei ser e fazer, apesar de ter enveredado por uma área completamente diferente e ter desempenhado profissionalmente o oposto, mas uma coisa complementa a outra e tudo estará ligado.
No fim, o que interessa é estarmos felizes, sermos realizados, fazermos o que gostamos e sonhámos.
Há sempre uma(s) estrelinha(s) a brilhar(em) no céu para nós e as minhas neste momento estão a dar-me uma forcinha.

Monday, August 23, 2010

Contactos

Quando saí de Portugal rumo aos Estados Unidos na esperança de permanecer por lá muitos e bons anos, coisa que não aconteceu, anotei religiosamente numa agenda todos os contactos dos meus amigos. Não queria ficar afastada daqueles que fizeram parte da minha vida e foram importantes para mim. Nessa altura o messenger estava a entrar em voga, assim como em certa parte a internet também. Consegui por sete anos manter-me em contacto com muitos deles via internet, mas foi-se desvanecendo, quer por contratempos quer por mudanças na vida das pessoas.
Regressei e ainda guardo religiosamente essa agenda de contactos intacta, tal e qual como foi para os EUA há sete anos. Agora resta saber se os contactos ainda serão os mesmos de há quase uma década atrás.

Saturday, August 21, 2010

PoRqUe AdOrO

... comer, o cheiro da manhã/ da tarde/ da noite, o cheiro da maresia, o mar, as caminhadas, o pôr-do-sol, mexer na terra, andar descalça...

Thursday, August 19, 2010

Meu Portugal

Meu Portugal querido, minha terra
De risos e quimeras e canções
Tens dentro em ti,esse teu peito encerra,
Tudo que faz bater os corações !

Tens o fado. A Canção triste e bendita
Que todos cantam pela vida fora;
O fado que dá vida e que palpita
Na calma da guitarra onde mora!

Tu tens também a embriaguês suave
Dos campos, da pisagem ao sol poente,
E esse sol é como um canto d’ave
Que expira à beira-mar, suavemente…

Tu tens, ó Pátria minha, as raparigas
Mais fescas, mais gentis do orbe imenso,
Tens os beijos, os risos, as cantigas
De seus lábios de sangue !… Às vezes, penso

Que tu és, Pátria minha, branca fada
Boa e linda que Deus sonhou um dia,
Para lançar no mundo, ó Pátria amada
A beleza eterna, a arte, a poesia !…

Florbela Espanca - Trocando olhares - 19/06/1916